Nuno Azinheira escreve esta segunda-feira, no Diáriod e Notícias, sobre os pequenos canais do cabo. E revela alguns dados de audiências.
Como se pode ver, alguns canais conseguem «fazer barulho» porque estão montados em cima de marcas fortes (os clubes, por exemplo), mas na realidade são vistos por pouca gente.
Então para que servem?
No passado serviram para os dois principais operadores de cabo, Zon (agora Nos) e Meo, poderem comunicar algo que os diferenciasse do ponto de vista do conteúdo. A audiência não era o mais relevante.
Para os clubes, a televisão foi uma forma de alargar a sua voz (eles pelo menos acreditam nisso...) ou de tentar uma nova forma de negócio, no caso do Benfica:
Para algumas empresas de media, o canal de tv é uma forma de tentar captar publicidade no meio televisivo. Estão nesta lista Diário Económico, A Bola, Correio da Manhã e Caras, marcas de imprensa que procuram agora estar também na tv e produzir vídeo.
Os próximos meses serão importantes para todos estes projetos.
As audiências, já se percebeu, dificilmente crescerão a um ritmo que impressione.
Seja qual for o meio, conquistar público, criar novos hábitos é tarefa difícil (em Portugal, só um projeto tem apresentado crescimentos significativos, mês após mês, ano após ano: a bola online. É um fenómeno tão espantoso que os seus responsáveis deviam partilhar mais dados, para todos podermos aprender...).
Sem audiências relevantes e com custos significativos, o futuro dos canais dependerá da estratégia dos operadores. Será que ainda consideram relevante a diferenciação pelo conteúdo se na verdade os seus clientes pouco apreciam o esforço? Se sim, quanto estão disponíveis a pagar pela diferença? Será que esse valor é suficiente para manter as operações tal como as conhecemos hoje?
As perguntas terão resposta um dia destes.
Dial-up
Blogue de Luís Sobral, jornalista. Essencialmente sobre media.
segunda-feira, 28 de julho de 2014
sexta-feira, 25 de julho de 2014
O que é sucesso na venda de jornais online?
De acordo com os números divulgados pela Impresa esta quinta-feira, nos primeiros seis meses de 2014 o grupo teve «cerca de 25 mil clientes digitais». Na prática, isto dá pouco mais de quatro mil vendas por mês. Uma gota de água.
O comunicado explica pouco sobre os números do Expresso Diário, mas é justo dizer que passaram apenas dois meses, é cedo. Mesmo se o Expresso online registou em junho menos visitas do que em abril, de acordo com o ranking netscope, o que não é o mais saudável dos sinais.
O aspeto mais preocupante das contas apresentadas na área de imprensa é mesmo a margem, quase inexistente: 3,8 por cento. A publicidade voltou a cair e a circulação também.
Esta tendência de queda que se regista sobretudo na imprensa torna difícil para toda a gente perceber qual a estrutura adequada às receitas, pelo simples facto que as receitas ainda não estabilizaram.
Duvido que alguém na imprensa seja capaz de responder a uma pergunta que deveria ser de resposta relativamente simples: qual será a faturação em junho de 2015?
Sem resposta para isto, restam dois caminhos: procurar novas receitas ou cortar custos. Ou tentar as duas coisas. Sem perder músculo, sem perder relevância e deixando cair o menor número possível de leitores e o mais devagar possível.
Uma coisa parece certa: nenhum jornal conseguir mudar para o digital no tempo certo e por isso é natural que nenhum deles veja surgir dali a receita que desejava.
O comunicado explica pouco sobre os números do Expresso Diário, mas é justo dizer que passaram apenas dois meses, é cedo. Mesmo se o Expresso online registou em junho menos visitas do que em abril, de acordo com o ranking netscope, o que não é o mais saudável dos sinais.
O aspeto mais preocupante das contas apresentadas na área de imprensa é mesmo a margem, quase inexistente: 3,8 por cento. A publicidade voltou a cair e a circulação também.
Esta tendência de queda que se regista sobretudo na imprensa torna difícil para toda a gente perceber qual a estrutura adequada às receitas, pelo simples facto que as receitas ainda não estabilizaram.
Duvido que alguém na imprensa seja capaz de responder a uma pergunta que deveria ser de resposta relativamente simples: qual será a faturação em junho de 2015?
Sem resposta para isto, restam dois caminhos: procurar novas receitas ou cortar custos. Ou tentar as duas coisas. Sem perder músculo, sem perder relevância e deixando cair o menor número possível de leitores e o mais devagar possível.
Uma coisa parece certa: nenhum jornal conseguir mudar para o digital no tempo certo e por isso é natural que nenhum deles veja surgir dali a receita que desejava.
terça-feira, 15 de julho de 2014
Pensem duas vezes antes de partilhar um vídeo youtube
As redes sociais estão repletas de pessoas que lamentam o momento difícil que atravessam os media. Em Portugal, que o mundo é problemas de outros.
Isto sucede porque, de uma forma simplista, há menos dinheiro a entrar nos media.
Nos últimos anos, as receitas de publicidade têm decrescido.
As empresas vendem menos, investem menos, logo o dinheiro para a publicidade diminui.
Pensem comigo.
Quando as empresas sentem os primeiros problemas, muitas delas tentam compensar as contas reduzindo no orçamento de marketing. É provavelmente um erro, mas é também irresistível e com impacto imediato. Resultado: menos investimento publicitário.
Se por acaso a crise dá sinais de abrandar, o orçamento de marketing é o último a recuperar. Não vá o diabo...
Ou seja, os media são os primeiros a entrar na crise e os últimos a sair. Se for o caso.
Acresce a isto a alteração de padrões de consumo e a globalização de algumas receitas.
Nos últimos anos as televisões, por exemplo, passaram a ter de partilhar audiências e receitas com canais internacionais, promovidos pelos operadores cuja vida se faz a partir das subscrições mensais que todos pagamos. Para esses a crise passou ao lado. Afinal, podem tirar-nos tudo menos a televisão e a internet.
Online o cenário é ainda mais complexo.
Os sites mais utilizados em Portugal são Google e Facebook. Um dia destes juntar-se-á o Twitter e temos de contar também com o tempo passado em plataformas de blogues (como este...).
Se as pessoas vivem nesses sítios, é lá que a publicidade quer estar. Devagar, porque o mercado é pequeno, todas estas multinacionais foram estabelecendo equipas (curtas, muito curtas, que a vida delas não é criar emprego). Na prática, hoje disputam o mercado publicitário.
Tudo isto é uma ameaça, mas uma ameaça legítima (não vou entrar na questão dos impostas, apesar de a achar muito relevante, claro). Não podemos é ignorar as consequências. Se uma marca resolve investir dinheiro no facebook ou no google, esse é dinheiro que passa a escapar aos media tradicionais (seja lá o que isso ainda for).
E era aqui que eu queria chegar. Pelo menos nós, jornalistas ou pessoas de alguma forma ligadas a media, devíamos pensar duas vezes antes de partilhar um vídeo youtube cujo conteúdo foi produzido ou emitido por nós. Porque é apenas acelerar um proceso que devíamos combater.
Há quem sorria quando digo que um dia destes isto resumir-se-á a dois universos: google e facebook. Pode ser que esteja errado. Pode ser que não. Mas uma coisa garanto: não será por não ter feito suficiente claim.
(e agora cliquem lá no link para aceder ao vídeo do Henrique Garcia, vá lá)
Isto sucede porque, de uma forma simplista, há menos dinheiro a entrar nos media.
Nos últimos anos, as receitas de publicidade têm decrescido.
As empresas vendem menos, investem menos, logo o dinheiro para a publicidade diminui.
Pensem comigo.
Quando as empresas sentem os primeiros problemas, muitas delas tentam compensar as contas reduzindo no orçamento de marketing. É provavelmente um erro, mas é também irresistível e com impacto imediato. Resultado: menos investimento publicitário.
Se por acaso a crise dá sinais de abrandar, o orçamento de marketing é o último a recuperar. Não vá o diabo...
Ou seja, os media são os primeiros a entrar na crise e os últimos a sair. Se for o caso.
Acresce a isto a alteração de padrões de consumo e a globalização de algumas receitas.
Nos últimos anos as televisões, por exemplo, passaram a ter de partilhar audiências e receitas com canais internacionais, promovidos pelos operadores cuja vida se faz a partir das subscrições mensais que todos pagamos. Para esses a crise passou ao lado. Afinal, podem tirar-nos tudo menos a televisão e a internet.
Online o cenário é ainda mais complexo.
Os sites mais utilizados em Portugal são Google e Facebook. Um dia destes juntar-se-á o Twitter e temos de contar também com o tempo passado em plataformas de blogues (como este...).
Se as pessoas vivem nesses sítios, é lá que a publicidade quer estar. Devagar, porque o mercado é pequeno, todas estas multinacionais foram estabelecendo equipas (curtas, muito curtas, que a vida delas não é criar emprego). Na prática, hoje disputam o mercado publicitário.
Tudo isto é uma ameaça, mas uma ameaça legítima (não vou entrar na questão dos impostas, apesar de a achar muito relevante, claro). Não podemos é ignorar as consequências. Se uma marca resolve investir dinheiro no facebook ou no google, esse é dinheiro que passa a escapar aos media tradicionais (seja lá o que isso ainda for).
E era aqui que eu queria chegar. Pelo menos nós, jornalistas ou pessoas de alguma forma ligadas a media, devíamos pensar duas vezes antes de partilhar um vídeo youtube cujo conteúdo foi produzido ou emitido por nós. Porque é apenas acelerar um proceso que devíamos combater.
Há quem sorria quando digo que um dia destes isto resumir-se-á a dois universos: google e facebook. Pode ser que esteja errado. Pode ser que não. Mas uma coisa garanto: não será por não ter feito suficiente claim.
(e agora cliquem lá no link para aceder ao vídeo do Henrique Garcia, vá lá)
segunda-feira, 14 de julho de 2014
Audiências TV em julho, acabado o Mundial
Valores das audiências TV em julho, no dia em que acabou o Mundial
TVI, 21,3%
RTP1, 20,3%
SIC, 17,3%
RTP2, 2,8%
SICN, 1,4%
RTPI, 1,1%
TVI24, 1,0%
Apostas para os valores no final do mês?
TVI, 21,3%
RTP1, 20,3%
SIC, 17,3%
RTP2, 2,8%
SICN, 1,4%
RTPI, 1,1%
TVI24, 1,0%
Apostas para os valores no final do mês?
sexta-feira, 4 de julho de 2014
Rui Tovar e o «Off-Side»
Quando soube da notícia lembrei-me do «Off-side».
Para os mais novos, o «Off-side» foi um jornal desportivo português, entre 1982 e 85. Um jornal diferente dos outros. Na cor, no formato (semanário), mas sobretudo nas ideias. E na graça. Olhando, tantos anos depois, para a redação (vejam este post, de Alexandre Pais) percebe-se porquê. Havia ali muito talento e uma mistura curiosa entre experiência e irreverência.
Nessa altura eu era muito novo (em 82 tinha 14 anos), mas lembro-me do impacto que o «Off-Side» causou em mim e no meu amigo Celso Paiva Sol, dois miúdos que gravavam relatos de subbuteo, inspirados no que ouviam na rádio e na televisão, embalados pelo espanto do Mundial de Espanha.
Quem participou no projeto saberá a exata influência de Rui Tovar no «Off-side», mas admito que fosse grande. Nele sempre me impressionou o conhecimento de futebol, sem dúvida, mas sobretudo o tom que utilizava na narração e comentário, nos jogos em em estúdio. Nele tudo parecia sempre na exata medida. Nem mais nem menos. O «Off-side» também tinha aquele tom: tranquilo, bem-disposto, irónico, repleto de subtilezas e sabedoria.
Rui Tovar é um dos melhores.
Para os mais novos, o «Off-side» foi um jornal desportivo português, entre 1982 e 85. Um jornal diferente dos outros. Na cor, no formato (semanário), mas sobretudo nas ideias. E na graça. Olhando, tantos anos depois, para a redação (vejam este post, de Alexandre Pais) percebe-se porquê. Havia ali muito talento e uma mistura curiosa entre experiência e irreverência.
Nessa altura eu era muito novo (em 82 tinha 14 anos), mas lembro-me do impacto que o «Off-Side» causou em mim e no meu amigo Celso Paiva Sol, dois miúdos que gravavam relatos de subbuteo, inspirados no que ouviam na rádio e na televisão, embalados pelo espanto do Mundial de Espanha.
Quem participou no projeto saberá a exata influência de Rui Tovar no «Off-side», mas admito que fosse grande. Nele sempre me impressionou o conhecimento de futebol, sem dúvida, mas sobretudo o tom que utilizava na narração e comentário, nos jogos em em estúdio. Nele tudo parecia sempre na exata medida. Nem mais nem menos. O «Off-side» também tinha aquele tom: tranquilo, bem-disposto, irónico, repleto de subtilezas e sabedoria.
Rui Tovar é um dos melhores.
terça-feira, 1 de julho de 2014
Os maiores no Twitter
O mesmo site permite ver quem são as marcas de media (e outras) com mais seguidores no Twitter, em Portugal.
Objetivo do Maisfutebol: acabar o Mundial 2014 à frente do Correio da Manhã.
Objetivo do Maisfutebol: acabar o Mundial 2014 à frente do Correio da Manhã.
Afinal, quantos fãs têm os media portugueses no seu país?
Este site é muito interessante.
Tem um ranking de páginas de Facebook, por áreas, organizado a partir dos fãs de cada página no seu país. No caso, Portugal.
A comparação entre o número de fãs em Portugal e o total de fãs é, em algumas páginas, curioso.
Quem tiver interesse poderá clicar em cada título e basicamente saber tudo. Vale a pena.
Objetivos para o resto do ano:
TVI: chegar aos 10 primeiros
TVI24: entrar nos 20 primeiros
Maisfutebol: aparecer na página 1, não na 2
Tem um ranking de páginas de Facebook, por áreas, organizado a partir dos fãs de cada página no seu país. No caso, Portugal.
A comparação entre o número de fãs em Portugal e o total de fãs é, em algumas páginas, curioso.
Quem tiver interesse poderá clicar em cada título e basicamente saber tudo. Vale a pena.
Objetivos para o resto do ano:
TVI: chegar aos 10 primeiros
TVI24: entrar nos 20 primeiros
Maisfutebol: aparecer na página 1, não na 2
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