Quando soube da notícia lembrei-me do «Off-side».
Para os mais novos, o «Off-side» foi um jornal desportivo português, entre 1982 e 85. Um jornal diferente dos outros. Na cor, no formato (semanário), mas sobretudo nas ideias. E na graça. Olhando, tantos anos depois, para a redação (vejam este post, de Alexandre Pais) percebe-se porquê. Havia ali muito talento e uma mistura curiosa entre experiência e irreverência.
Nessa altura eu era muito novo (em 82 tinha 14 anos), mas lembro-me do impacto que o «Off-Side» causou em mim e no meu amigo Celso Paiva Sol, dois miúdos que gravavam relatos de subbuteo, inspirados no que ouviam na rádio e na televisão, embalados pelo espanto do Mundial de Espanha.
Quem participou no projeto saberá a exata influência de Rui Tovar no «Off-side», mas admito que fosse grande. Nele sempre me impressionou o conhecimento de futebol, sem dúvida, mas sobretudo o tom que utilizava na narração e comentário, nos jogos em em estúdio. Nele tudo parecia sempre na exata medida. Nem mais nem menos. O «Off-side» também tinha aquele tom: tranquilo, bem-disposto, irónico, repleto de subtilezas e sabedoria.
Rui Tovar é um dos melhores.
Sem comentários:
Enviar um comentário